Maria Amanda Lustosa da Cunha Paranaguá Dória

Retrato de Maria Amanda Lustosa da Cunha Paranaguá Dória, conhecida como Amanda Paranaguá, importante figura abolicionista brasileira do século XIX

Ilustração por Tassila Custodes

Maria Amanda Lustosa da Cunha Paranaguá Dória, conhecida pelos mais íntimos como "Amandinha", nasceu em Salvador, capital da Bahia, no dia 12 de junho de 1849. Filha de João Lustosa da Cunha Paranaguá, o marquês de Paranaguá e senador do Império.

Amanda mudou-se para a Corte aos cinco anos de idade, após a nomeação de seu avô materno, o barão, posteriormente visconde de Montesserrate, para a presidência do Supremo Tribunal de Justiça.

Em 1868, casou-se com Franklin Américo de Menezes Dória, o barão de Loreto, que foi um dos últimos ministros da Monarquia. Juntos, o casal adotou uma postura abolicionista, libertando gradualmente os onze escravizados que possuíam, de modo que, ao adentrar a década de 1880, já não mantinham mais cativos.

Dama de companhia da Princesa Isabel, Amanda era uma figura proeminente na sociedade da Corte, especialmente conhecida por seu envolvimento nas causas abolicionistas e educacionais. Seu palacete na Praia da Lapa era um ponto de encontro de importantes nomes do movimento negro abolicionista, como André Rebouças e Machado de Assis. Além de dominar o francês, o inglês, a etiqueta e o piano, Amandinha possuía uma forte vocação política.

Reconhecendo a educação como uma via crucial para a ascensão social em uma sociedade escravista, Amanda liderou uma campanha pela alfabetização de crianças pobres, majoritariamente negras e filhos livres de mulheres escravizadas. Atuou em diversas associações voltadas à instrução e ao cuidado infantil, como a Associação Promotora da Instrução, a Associação Mantenedora do Museu Escolar Nacional e a Associação Protetora da Infância Desvalida. Seus incansáveis esforços para democratizar a educação renderam-lhe o título de "mãe dos analfabetos".

Na luta abolicionista, Amanda participou de inúmeras campanhas, desempenhando múltiplos papéis e operando em variados espaços. Em maio de 1888, quando a abolição da escravidão foi debatida no Parlamento, Amanda, como dama de companhia da princesa Isabel, atuou como emissária e representante da regente entre os parlamentares.

Testemunha e protagonista de momentos cruciais do Império, Amandinha esteve presente, em 26 de março de 1884, nas celebrações promovidas na Corte pela abolição da escravidão na província do Ceará. Na ocasião, doou um delicado ramo de flores de cera para um leilão beneficente.

Anos depois, em 13 de maio de 1888, data da assinatura da Lei Áurea, Amanda estava no Paço da Cidade. Quatro dias depois, em 17 de maio, participou da missa campal em ação de graças pela conquista da liberdade. Pouco tempo depois, André Rebouças registraria em seu diário que Amanda fora agraciada com a Medalha do Jubileu do Papa, em reconhecimento por sua atuação abolicionista ao lado da princesa Isabel.

Após a Proclamação da República, Amanda acompanhou a família imperial no exílio na Europa, retornando mais tarde à então capital federal. Amanda Paranaguá Dória faleceu em 1931, aos 82 anos, deixando um legado significativo na luta pela abolição da escravidão e pela educação no Brasil.

Maria Amanda Lustosa da Cunha Paranaguá Dória

Retrato de Maria Amanda Lustosa da Cunha Paranaguá Dória, conhecida como Amanda Paranaguá, importante figura abolicionista brasileira do século XIX

Ilustração por Tassila Custodes

Maria Amanda Lustosa da Cunha Paranaguá Dória, conhecida pelos mais íntimos como “Amandinha”, nasceu em Salvador, capital da Bahia, no dia 12 de junho de 1849. Filha de João Lustosa da Cunha Paranaguá, o marquês de Paranaguá e senador do Império.

Amanda mudou-se para a Corte aos cinco anos de idade, após a nomeação de seu avô materno, o barão, posteriormente visconde de Montesserrate, para a presidência do Supremo Tribunal de Justiça.

Em 1868, casou-se com Franklin Américo de Menezes Dória, o barão de Loreto, que foi um dos últimos ministros da Monarquia. Juntos, o casal adotou uma postura abolicionista, libertando gradualmente os onze escravizados que possuíam, de modo que, ao adentrar a década de 1880, já não mantinham mais cativos.

Dama de companhia da Princesa Isabel, Amanda era uma figura proeminente na sociedade da Corte, especialmente conhecida por seu envolvimento nas causas abolicionistas e educacionais. Seu palacete na Praia da Lapa era um ponto de encontro de importantes nomes do movimento negro abolicionista, como André Rebouças e Machado de Assis. Além de dominar o francês, o inglês, a etiqueta e o piano, Amandinha possuía uma forte vocação política.

Reconhecendo a educação como uma via crucial para a ascensão social em uma sociedade escravista, Amanda liderou uma campanha pela alfabetização de crianças pobres, majoritariamente negras e filhos livres de mulheres escravizadas. Atuou em diversas associações voltadas à instrução e ao cuidado infantil, como a Associação Promotora da Instrução, a Associação Mantenedora do Museu Escolar Nacional e a Associação Protetora da Infância Desvalida. Seus incansáveis esforços para democratizar a educação renderam-lhe o título de “mãe dos analfabetos”.

Na luta abolicionista, Amanda participou de inúmeras campanhas, desempenhando múltiplos papéis e operando em variados espaços. Em maio de 1888, quando a abolição da escravidão foi debatida no Parlamento, Amanda, como dama de companhia da princesa Isabel, atuou como emissária e representante da regente entre os parlamentares.

Testemunha e protagonista de momentos cruciais do Império, Amandinha esteve presente, em 26 de março de 1884, nas celebrações promovidas na Corte pela abolição da escravidão na província do Ceará. Na ocasião, doou um delicado ramo de flores de cera para um leilão beneficente.

Anos depois, em 13 de maio de 1888, data da assinatura da Lei Áurea, Amanda estava no Paço da Cidade. Quatro dias depois, em 17 de maio, participou da missa campal em ação de graças pela conquista da liberdade. Pouco tempo depois, André Rebouças registraria em seu diário que Amanda fora agraciada com a Medalha do Jubileu do Papa, em reconhecimento por sua atuação abolicionista ao lado da princesa Isabel.

Após a Proclamação da República, Amanda acompanhou a família imperial no exílio na Europa, retornando mais tarde à então capital federal. Amanda Paranaguá Dória faleceu em 1931, aos 82 anos, deixando um legado significativo na luta pela abolição da escravidão e pela educação no Brasil.